

Logo em seguida, Will Farias (violão), Deividi Souza (voz) e Wagner Almeida (violão) foram ao palco para representar a banda Drowsiness. O pessoal optou por apresentar tanto composições mais antigas quanto mais recentes, finalizando com "Coma". A apresentação da Drowsiness foi marcada por problemas técnicos e, com certeza, em virtude disso, um pouco de nervosismo. Dou destaque ao vocal de Deividi Souza, que de maneira acústica fica bastante claro e suave.

Seguindo no mesmo clima bastante alternativo, uma parte da banda Trend apresentou suas composições com uma proposta bastante orgânica e, ao mesmo tempo, diferenciada. Rafael Rechia (violão e voz) e Thiago Iankoski (violão) tocaram composições próprias em língua inglesa acompanhados da sonoridade de um violão de 12 cordas e um violão com slide, microfonados, procurando manter um padrão blueseiro e bastante natural. Aliado ao clima blues tradicional dos violões, a inovação ficou por conta, em determinados momentos, da aplicação de um pouco de distorção na voz de Rafael. Destaque para a excelente Jesus of Mercedes.

Com o público mais presente e definitivamente entrando no clima do evento, a banda The Frowzys - os Carpenters de Rio Grande, apresenta uma proposta acústica que, de certa maneira, remete ao som plugado da banda. Além do vocal tímido e meigo da vocalista Suellen (que por sinal contrasta com a acidez de alguns trechos das letras da banda, oferecendo ao público um clima de deboche), Luiz Young foi ao palco munido de seu ukulele enquando Eduardo Custódio sustentava a base com o violão, para, logo em seguida, alternar com Young e encarar o pequeno instrumento de quatro cordas. Uma apresentação bastante agradável aos ouvidos de todos presentes no local do evento.

Com muito humor, como sempre, os próximos convidados do evento foram os sanguessugas retirantes. Novamente com a participação de Felipe Amaral no cajon, a Vampiros Nordestinos, representada por Carioca Feitosa no violão e voz e André Ravara na no violão, apresentou, entre outras, a já clássica "Clóvis" e a quase psicodélica "Máquinas". O mais bacana durante o show da Vampiros Nordestinos, além do humor, é claro, foi o entrosamento dos músicos, mesmo sendo tudo, aparentemente, no improviso. Sem sombra de dúvidas uma das melhores apresentações da noite.

Em seguida, já com o tempo estourando, a Nitrovoid, aparentemente banda mais esperada da noite, sobe ao palco e oferece ao público músicas do novo EP e do registro sonoro posterior - Morphocoda. J.F. Costa (voz e violão) e Erlon M. (violão e vocais) apresentaram ao público ainda presente em grande quantidade as músicas "Juiz Celestial", "Bota Velha Preta" e "Calvário", canção ainda não apresentada em registros oficiais da banda. A riqueza dos detalhes e arranjos nas composições da Nitrovoid é definitivamente o fator que faz com que a sonoridade da banda não seja apenas visceral, mas também madura e fácil de digerir.

Finalmente, encerrando a noite, Rafael Nasic (voz e violão), Enio Estima (vocais e violão) e, em uma das canções, Luiz Young (violão e ha-ha-ha) mostraram que não há necessidade de distorção para fazer punk rock divertido e, ao mesmo tempo, responsável. Uma apresentação bastante rápida e rasteira, fechada com chave de ouro por um dos maiores clássicos da música da cidade: "Fogo no Relógio".


De maneira geral, considerando a normal pouca participação do público da cidade e o fator data no meio da semana, o evento foi mais que um sucesso. Como sempre, toda movimentação artistica e cultural é essencial para fomentar o crescimento do cenário, bastante precário até o momento, mas não em termos de artista, mas sim de apoio de todas as outras camadas e nichos da sociedade.
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